Homem é condenado a mais de 21 anos por feminicídio cometido em 2010 em Bragança Paulista 5r2v6w

Crime ocorreu em 2010; vítima foi morta com 14 facadas após não aceitar reatar relacionamento. Réu foi julgado por homicídio triplamente qualificado.

0
Fórum de Bragança Paulista (Foto: Divulgação/Alesp
Publicidade

Após quase 14 anos do crime, Renan Guilhobel Mota Gonçalves foi condenado a 21 anos e 4 meses de prisão pelo assassinato brutal da ex-namorada Fernanda Sanches Correira, então com 18 anos, em Bragança Paulista, interior de São Paulo. O julgamento por júri popular ocorreu na última quarta-feira (11), no Fórum da cidade.

Fernanda foi morta com 14 facadas dentro de casa, no bairro Jardim Fraternidade, enquanto se preparava para sair para o trabalho. De acordo com a investigação, Renan não aceitava o fim do relacionamento, encerrado dois anos antes, e buscava reatar com a vítima. No dia 22 de julho de 2010, ele a atacou pelas costas, fugindo em seguida com dinheiro e pertences da jovem. Próximo ao corpo, foram encontrados uma faca e um par de luvas com vestígios de sangue.

Sete jurados acompanharam os depoimentos de testemunhas e autoridades, além das argumentações da defesa e da acusação. Após os relatos, se reuniram na sala secreta e decidiram pela condenação do réu por homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, meio cruel e feminicídio.

Durante a leitura da sentença, o juiz Carlos Henrique Scala de Almeida destacou o sofrimento causado ao filho do casal, que tinha apenas dois anos e meio na época do crime.

“O filho em comum do casal, à época com aproximadamente apenas 2 anos e meio de idade, ficou privado inapelável e irreparavelmente, por toda sua vida, da convivência com a mãe, em virtude da atitude do pai que, a princípio, deveria ser aquele a quem incumbe o maior interesse em zelar pela felicidade do petiz”, afirmou o magistrado. “Nesse sentido, a conduta do réu é merecedora de maior reprovação.”

O juiz também indicou que a pena foi agravada por fatores como o motivo torpe, o uso de meio cruel e o fato de a vítima não ter tido chance de se defender. No entanto, a confissão de Renan foi considerada como atenuante no cálculo da sentença.

Renan, que já estava preso preventivamente, não poderá recorrer em liberdade. Após a condenação, ele será transferido para o sistema prisional, onde começará a cumprir a pena.

Por anos, o acusado foi considerado foragido. Ele foi localizado e preso em março deste ano, o que possibilitou o agendamento do novo júri e a conclusão do caso.